segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Flor que enfeita salada previne doenças


Uma flor comestível, mais usada como ornamental do que para enfeitar saladas, está agitando o meio científico: é a Capuchinha, também conhecida como Nastúrcio.

Nomeada cientificamente como Tropaeolum majus, a capuchinha acaba de revelar mais uma qualidade - a flor é rica em um carotenóide, a luteína, que está relacionada com a prevenção de doenças como a catarata e a degeneração macular, principal causa de cegueira entre pessoas com mais de 55 anos.

A constatação está na dissertação de mestrado de Patrícia Yuasa Niizu, defendida junto à Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp.

Carotenóides são pigmentos amplamente distribuídos na natureza, responsáveis pelas cores laranja, amarela e vermelha das frutas, verduras, flores, alguns peixes e pássaros, bactérias, algas, fungos e leveduras.

Embora não haja uma recomendação "formal" quanto à quantidade a ser consumida, alguns estudos apontam que a ingestão "prudente" dessas substâncias auxilia no fortalecimento do sistema imunológico e na redução de doenças degenerativas, como as do coração, da visão e certos tipos de câncer.

De acordo com Patrícia, existem pesquisas que apontam que cinco porções de frutas e verduras ao dia seriam adequadas para proporcionar ganhos à saúde.

Pensando nisso, a autora da dissertação resolveu investigar um pouco mais sobre os carotenóides em flores, folhas e frutas.

Em seu trabalho, Patrícia comprovou a Capuchinha é muito rica em luteína, um dado ignorado até então.

O aspecto curioso dessa descoberta é que a flor, embora seja comestível, tem um uso mais decorativo do que nutritivo.

"Por ser bonita e apresentar cores como o amarelo, o laranja e o vermelho, ela é mais utilizada para enfeitar saladas.

Entretanto, se for consumida em níveis prudentes, a Capuchinha pode contribuir para prevenir doenças graves da visão, como a degeneração macular e a catarata", explica a autora da dissertação.

O único fator que depõe atualmente contra a Capuchinha é que, a exemplo de outras flores comestíveis, ela é cara, pois está associada a pratos refinados.

Disponível nas gôndolas de supermercados, seu preço não está a alcance de muitas famílias brasileiras.

"Mas esse problema pode ser contornado.

Essa flor é de fácil cultivo.

Pode ser plantada no quintal, como parte da horta doméstica.

Além disso, tem um sabor bom, parecido com o do agrião.

Em uma viagem recente a Portugal, minha orientadora constatou que a Capuchinha é tão abundante que divide espaço com o mato", conta Patrícia.

A Capuchinha, conforme a pesquisadora, poderia substituir uma outra flor, de nome Marigold.

Embora não seja comestível, esta última é utilizada na composição da ração do frango.

A luteína presente na Marigold reforça a coloração amarela tanto da pele da ave quanto da gema do ovo.


Para saber mais acesse: unicamp.br

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